domingo, 23 de outubro de 2011

Devaneios - Parte Dois

"- Eu sinto sua falta. - ele disse, me olhando nos olhos enquanto eu sorria e olhava para baixo balançando negativamente a cabeça.
- Não, não sente não. - eu disse com uma risada e ele meio que fechou a cara.
- Você não tem como saber. 
- Ah, tenho sim. - peguei sua mão cuidadosamente, com um sorriso, e coloquei-a em meu peito, onde meu coração batia desesperado só pela consciência de seus olhos nos meus, de sua mão delicadamente em minha pele e de sua voz assim tão de perto. Tão alto que eu temia que ele pudesse, agora além de sentir, escutar.
E então coloquei também a minha mão em seu peito calmo, onde seu coração batia sereno e protegido dos males do amor. 
Eu bem que não queria, mas meus olhos já estavam cheios de lágrimas antes mesmo de falar.
- Isso não é amor, meu querido, é querer. Querer bem. Sinta a diferença, já que não adianta falar. 
São bem parecidos mesmo, entendo sua confusão, mas ainda assim são completamente diferentes. 
Pode existir querer bem sem amor... o que não pode existir é amor sem querer bem."

Nenhum comentário:

Postar um comentário