segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cartas de uma Apaixonada - A Segunda

Cidade, alguns minutos para o dia 17 de outubro de dois mil e onze.


Querido loving-one,
irei começar bem simples, porque sinto que devo dizer que odeio esse horário de verão, você não concorda comigo?
Acaba com meu já pequeno tempo de internet, me fazendo ter que escrever toda essa segunda carta nesse já bem acabado caderninho verde que encontrei por aqui.
Bom, tenho muito a dizer, mas a verdade é que não sei bem como. É tudo muito sofrido, muito pesado para uma segunda carta, então deixemos esses assuntos para lá e vamos falar sobre nós - o que normalmente seria considerado o mais pesado, mas o que eu tenho a falar é bem leve, maroto e doce. Tipo sonho de criança.
E, bem, foi um sonho.
E dizem que o amor nos torna crianças, então, quem sabe?
Era numa fazenda, esse meu tal sonho. Ela nem era tão grande, mas era bonita, arrumada. Bem familiar, bem bom, sabe? Tinha nós dois juntos.
Bem gostoso, bem certo.
Bem sonho.


Eu acordei bem, mas fiquei mal. Seria eu sonho capaz de se tornar real? Eu sei que não, mas é que meu coração é surdo entende? Creio que é de tanto bater apertado, mas quem sabe?
Você anda fazendo mais falta que o normal ultimamente. Isso eu nunca senti, sério. Muito, demais mesmo.
De me fazer chorar do nada. De me entristecer pra tudo. Porque sua falta é diferente. Ela não termina, ela é da primeira hora do dia até a ultima da noite e continua no outro dia.
Ela não tem dia pra acabar. Ela não acaba domingo ou sábado pra voltar segunda. Ela nunca passa. Fica sempre aqui.
O amor seria mais fácil sem isso de saudade, mas seria um pé-no-saco também. Como amar sem sentir falta? Como amar sem o "quero te ver"? Impossível, na minha mera opinião.
E a minha é grande viu? Sempre me pego perguntando pra mim mesma se o dela, que está ao seu lado, chega a ser assim também. Eu sei que não tenho nada com o que comparar para ver se é tão grande quanto parece, mas é o que sinto que me diz.


Queria tanto ouvir sua voz. E olhe que eu a tenho, mas não é a mesma coisa. Não funciona do mesmo jeito.
Queria você em qualquer lugar. Pra que tanta tecnologia se você se afastou de todas? Só queria bater papo, jogar conversa fora um pouquinho. Só um pouquinho. Não precisa ser horas... mas uma hora apenas, não mata.
Sei que nem posso pedir isso. Fui eu quem sumi.
Eu que deixei isso acontecer. E porque?
Por medo.
Que coisa mais besta né? Faz perguntar "Medo de quê, ô idiota?". Mas foi medo. Medo de perder minha liberdade e de acabar que nem eu estou agora: Apaixonada.
Você conseguiu. Meus parabéns. As palmas são todas pra você.
Você quebrou todas as minhas barreiras no primeiro verso. E eu que nem pude fazer nada, me apavorei.
Me ganhou no sorriso. Me perdi na mesma hora.
Ainda estou, na verdade, e creio que mais agora que percebi que tudo que fiz em foi em vão.
Ainda estou aqui.
Barreiras no chão.
Sem salva vidas, botes... Acabou essa coisa de afundar e sair nadando; Aqui, quem se afunda, se afoga.
É, me perdi.
Perdida, é bem como estou.


Com todo o mesmo amor guardado de antes, 
Alguém que te quer muito bem. 


P.S: Fico feliz em informar que chegamos ao dia 17. Há muito tempo, na verdade.

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